domingo, 9 de novembro de 2014

A opinião de Freud sobre a intenção dos intelectuais de implantar o socialismo e o comunismo

Em seu livro "O futuro de uma ilusão" de 1937, Sigmund Freud analisa e coloca sua opinião a respeito da intenção coerciva cultural já existente em 1927 e que é apregoada como solução para os problemas da humanidade!
Ao ler as abalizadas palavras de Freud tomamos conhecimento de que a idéia de 'mudar a cabeça" do povo para com isso melhorar a vida da humanidade já existia em 1927 e foi perfeitamente descrita por Freud em seu texto!
A partir disso chegamos a conclusão que as estratégias do "marxismo cultural" podem ter sido sistematizadas por Gramsci, mas, as idéias que o moveram já existiam muito antes dele.

A seguir colocamos o texto de Freud:

"Dir-se-á que a característica das massas humanas aqui retratada, a qual se supõem provar que a coerção não pode ser dispensada no trabalho da civilização, constitui, ela própria, apenas o resultado de defeitos nos regulamentos culturais, falhas devido às quais os homens se tornaram amargurados, vingativos e inacessíveis.
Gerações novas, que forem educadas com bondade, ensinadas a ter uma opinião elevada da razão, e que experimentarem os benefícios da civilização numa idade precoce, terão atitude diferente para com ela.
Senti-la-ão como posse sua e estarão prontas, em seu benefício, a efetuar os sacrifícios referentes ao trabalho e à satisfação instintual que forem necessários para sua preservação.
Estarão aptas a fazê-lo sem coerção e pouco diferirão de seus líderes.
Se até agora nenhuma cultura produziu massas humanas de tal qualidade, isso se deve ao fato de nenhuma cultura haver ainda imaginado regulamentos que assim influenciem os homens, particularmente a partir da infância.
 

Pode-se duvidar de que seja de algum modo possível, pelo menos até agora, no presente estágio de nosso controle sobre a natureza, estabelecer regulamentos culturais desse tipo.
Pode-se perguntar de onde virão esses líderes superiores, inabaláveis e desinteressados, que deverão atuar como educadores das gerações futuras, e talvez seja alarmante pensar na imensa quantidade de coerção que inevitavelmente será exigida antes que tais intenções possam ser postas em prática?
 

A grandiosidade do plano e sua importância para o futuro da civilização humana não podem ser discutidas.
É algo firmemente baseado na descoberta psicológica segundo a qual o homem se acha aparelhado com as mais variadas disposições instintuais, cujo curso definitivo é determinado pelas experiências da primeira infância.
Mas, pela mesma razão, as limitações da capacidade de educação do homem estabelecem limites à efetividade de uma transformação desse tipo em sua cultura.
Pode-se perguntar se, e em que grau, seria possível a um ambiente cultural diferente passar sem as duas características das massas humanas que tornam tão difícil a orientação dos assuntos humanos?  

A experiência ainda não foi feita.
Provavelmente uma certa percentagem da humanidade (devido a uma disposição patológica ou a um excesso de força instintual) permanecerá sempre associal; se, porém, fosse viável simplesmente reduzir a uma minoria a maioria que hoje é hostil à civilização, já muito teria sido realizado - talvez tudo o que pode ser realizado."


"Expressando-o de modo sucinto, existem duas características humanas muito difundidas, responsáveis pelo fato de os regulamentos da civilização só poderem ser mantidos através de certo grau de coerção, a saber:
1. que os homens não são espontaneamente amantes do trabalho;
2. que os argumentos não têm valia alguma contra suas paixões."


"Permitam-me, portanto, fornecer a garantia expressa de que não tenho a menor intenção de formular juízos sobre o grande experimento em civilização que se encontra hoje em desenvolvimento no imenso país que se estende entre a Europa e a Ásia.
Não possuo conhecimento especial nem capacidade de decidir sobre sua praticabilidade para testar a adequação dos métodos empregados ou medir a amplitude do inevitável hiato existente entre intenção e execução.
O que lá está em preparo, mostra-se inacabado, tornando, portanto, baldada [inútil] uma investigação para a qual nossa própria civilização, há longo tempo consolidada, nos fornece material."


A opinião de Freud sobre o comunismo

Em seu livro "O mal-estar da civilização", de 1930, Freud expõe as razões que causam esse mal-estar, e em certo trecho do texto ele se refere ao comunismo, e nele comenta a pretensão alardeada pelos comunistas de que eles tem a solução para os problemas da humanidade.
Colocamos a seguir a opinião de Freud sobre o comunismo:

"Os comunistas acreditam ter descoberto o caminho para nos livrar de nossos males.
Segundo eles, o homem é inteiramente bom e bem disposto para como seu próximo, mas a instituição da propriedade privada corrompeu-lhe a natureza.
A propriedade da riqueza privada confere poder ao indivíduo e, com ele, a tentação de maltratar o próximo, ao passo que o homem excluído da posse está fadado a se rebelar hostilmente contra seu opressor.
Se a propriedade privada fosse abolida, possuída em comum toda a riqueza e permitida a todos a partilha de sua fruição, a má vontade e a hostilidade desapareceriam entre os homens.
Como as necessidades de todos seriam satisfeitas, ninguém teria razão alguma para encarar o outro como inimigo; todos, de boa vontade, empreenderiam o trabalho que se fizesse necessário.
Não estou interessado em nenhuma crítica econômica do sistema comunista; não posso investigar se a abolição da propriedade privada é conveniente ou vantajosa.
Mas sou capaz de reconhecer que as premissas psicológicas em que o sistema [comunista] se baseia são uma ilusão insustentável.
Abolindo a propriedade privada, privamos o gosto humano pela agressão de um de seus instrumentos, decerto forte, embora não o mais forte; de maneira alguma, porém, alteramos as diferenças em poder e influência que são mal empregadas pela agressividade, nem tampouco alteramos nada em sua natureza.
A agressividade não foi criada pela propriedade.
Reinou [a agressividade] quase sem limites nos tempos primitivos, quando a propriedade ainda era muito escassa, e já se apresenta no quarto das crianças, quase antes que a propriedade tenha abandonado sua forma anal e primária; constitui a base de toda relação de afeto e amor entre pessoas ( com a única exceção, talvez, do relacionamento da mãe com seu filho homem).
Se eliminamos os direitos pessoais sobre a riqueza material, eles ainda permanecem, no campo dos relacionamentos sexuais, prerrogativas fadadas a se tornarem a fonte da mais intensa antipatia e da mais violenta hostilidade entre homens que, sob outros aspectos, se encontram em pé de igualdade.
Se também removermos esse fator, permitindo a liberdade completa da vida sexual, e assim abolirmos a família, célula germinal da civilização, não podemos, é verdade, prever com facilidade quais os novos caminhos que o desenvolvimento da civilização vai tomar; uma coisa, porém, podemos esperar; é que, nesse caso, essa característica indestrutível da natureza humana seguirá a civilização.

Evidentemente, não é fácil aos homens abandonar a satisfação dessa inclinação para a agressão.
Sem ela, eles não se sentem confortáveis.
A vantagem que um grupo cultural, comparativamente pequeno, oferece, concedendo a esse instinto um escoadouro sob a forma de hostilidade contra intrusos, não é nada desprezível.
É sempre possível unir um considerável número de pessoas no amor, enquanto sobrarem outras pessoas para receberem as manifestações de sua agressividade."





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